quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Inflação dos alimentos deve voltar a acelerar em março, dizem analistas


Depois de reduzir o ritmo das altas, preços voltarão a avançar mais.
Alta da demanda mundial e clima quente e chuvoso são alguns dos fatores.


O avanço do preço dos alimentos no país, que fez consumidores mudarem hábitos para driblar o aumento das despesas, começa a dar sinais de desaceleração. As taxas de variação de despesas relativas à alimentação continuam subindo, porém, em ritmo menor do que o observado no final do ano passado. Nesta semana, a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que a alta de preços do grupo alimentação e bebidas, que compõe o cálculo da inflação no país, passou de 1,32%, em dezembro, para 1,16% em janeiro.

No entanto, esse movimento de desaceleração não deve manter-se por muito tempo, de acordo com analistas ouvidos pelo G1. Altas temperaturas e valorização das cotações de commodities devem levar os preços, a partir de março, a níveis tão incômodos como os observados anteriormente.
Aliado a isso está a medida anunciadanesta quarta-feira (9) pelo governo federal. Para contribuir para o controle da inflação no país, puxada pelos alimentos, será feito um corte recorde de R$ 50 bilhões no orçamento federal de 2011, o equivalente a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB).
"Assistimos ao longo de janeiro a uma intensificação das altas das cotações de várias commodities agrícolas. Mesmo o preço da carne bovina, que registrou deflação em dezembro e, em parte de janeiro, no atacado, poderá voltar ao campo positivo. Essas altas das commodities agrícolas certamente pressionarão os preços no atacado [IPA-Agropecuário/FGV]. Isso, por sua vez, pressionará os preços dos alimentos no varejo", disse Fábio Romão, economista da LCA Consultores.
Entre os itens que tiveram as maiores disparadas de preço estão as carnes bovinas. O alimento chegou a ficar 10,71% mais caro em novembro de 2010, mas já esboça queda de 1,21% no final de janeiro, segundo aponta o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-S) medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) - tendência que não deverá ser mantida de acordo com o economista da FGV, André Braz.
Tradicional combinação da mesa do brasileiro, o arroz e feijão também apresentou deflação. Segundo o IPC-S, o recuo do item foi de 5,32% no final de janeiro, um pouco acima da redução verificada na semana anterior a essa.
No entanto, analistas já preveem safras piores em 2011. "Milho, soja e trigo não devem continuar com preços bem comportados", disse o economista da FGV.

Nenhum comentário:

Postar um comentário